Bill Gates continua a ser uma das figuras mais influentes em TI, e seus pontos de vista sobre as tecnologias emergentes estão agitando o setor. No contexto em que a inteligência artificial é um tema quente em 2023, a forma como o bilionário vê o desempenho de ferramentas como o ChatGPT é muito relevante.
Há alguns dias, em um episódio do podcast Unconfuse Me com Sal Khan (CEO da Khan Academy), Bill Gates falou sobre o rápido desenvolvimento de programas de inteligência artificial como o ChatGPT. Segundo o filantropo, “a demonstração mais incrível que ele já viu na vida” foi a demonstração das capacidades do instrumento em um exame de biologia em agosto de 2022. Para referência, o exame em questão é uma espécie de exame de bacharelado em nosso país intitulado Biologia de Colocação Avançada (AP Bio).
Como o ChatGPT progrediu, por que Bill Gates está maravilhado
A cadeia de eventos que levou ao espanto de Bill Gates começou em junho de 2022. Na época, o cofundador da Microsoft testou pela primeira vez o assistente de software que saiu da parceria Microsoft OpenAI e não ficou nem um pouco impressionado. “Eu disse a mim mesmo: sim, ele é algum tipo de cientista idiota. Não acho que seja prático’”, concluiu Gates na época.
Também então, ele deu uma tarefa a Sam Altman, CEO da OpenAI. Traga-os para fora do ChatGPT quando a ferramenta puder demonstrar conhecimento humano avançado e obter a maior pontuação possível em AP Biology. “Pensei, ok, isso me dará três anos para trabalhar com HIV e malária”, brincou Gates no podcast.
Demorou dois meses para os desenvolvedores do OpenAI retornarem a Gates com o desempenho que ele exigia. De não ser capaz de ler ou escrever “no sentido que os humanos fazem”, o ChatGPT tornou-se muito próximo das habilidades de compreensão humana.
“Pessoalmente, ainda estou em choque com ‘Uau, isso é tão bom'”, disse Gates. Vale a pena notar, porém, que o sucesso do ChatGPT vem com “muitas notas de rodapé sobre alucinações e coisas assim”, acrescentou. Por outro lado, como também explica o bilionário, mesmo os modelos de inteligência artificial mais avançados podem cometer erros significativos ou fabricar informações.
Resta saber os ambientes em que tais aplicativos de software têm maior aplicabilidade. “Vamos ver onde podemos fazer bom uso disso”, disse ele. A longo prazo, o antigo patrão da Microsoft acredita que o ChatGPT ou o Bard da Google, ainda no próximo ano, poderão ser usados para ajudar as crianças a aprender a ler e a escrever, acabando por desempenhar um papel importante na educação.