O Método Wyckoff Desvendado: Uma Abordagem Para o Mercado Financeiro

O Método Wyckoff é uma estratégia desenvolvida por Richard Wyckoff na década de 1930. Ele consiste em uma série de princípios e técnicas originalmente projetadas para traders e investidores. Ao longo dos anos, o método se expandiu para todos os tipos de mercados financeiros e se tornou uma referência na análise técnica moderna.

Introdução ao Método Wyckoff

O Método Wyckoff foi criado por Richard Wyckoff, um renomado trader e analista de mercado, no início dos anos 1930. Ele dedicou grande parte de sua vida ao ensino e sua obra influenciou significativamente a análise técnica moderna. Embora o método tenha sido inicialmente desenvolvido para o mercado de ações, ele agora é aplicado a diversos mercados financeiros.

Wyckoff baseou seu trabalho em princípios e técnicas de outros traders de sucesso, como Jesse L. Livermore, Charles H. Dow e Ralph N. Elliott. Ele realizou extensas pesquisas, o que o levou a desenvolver várias teorias e estratégias de negociação.

Neste artigo, vamos explorar os principais conceitos do Método Wyckoff, incluindo suas três leis fundamentais, o conceito de “Composite Man”, a metodologia para análise de gráficos e uma abordagem de cinco etapas para o mercado.

As Três Leis de Wyckoff

O Método Wyckoff é baseado em três leis fundamentais que descrevem a relação entre oferta e demanda, bem como o papel do volume de negociação. Essas leis são essenciais para entender a dinâmica dos mercados financeiros. Vamos analisar cada uma delas em detalhes.

A Lei da Oferta e Demanda

A primeira lei afirma que os preços sobem quando a demanda é maior do que a oferta, e caem quando ocorre o contrário. Essa é uma das leis mais básicas dos mercados financeiros e não é exclusiva do Método Wyckoff. Em outras palavras, quando há mais compradores do que vendedores, a demanda excede a oferta, fazendo com que os preços subam. Por outro lado, quando há mais vendedores do que compradores, a oferta excede a demanda, levando a uma queda nos preços.

Muitos investidores que seguem o Método Wyckoff utilizam a análise da ação do preço e do volume de negociação para visualizar a relação entre oferta e demanda. Essa análise muitas vezes fornece insights sobre os próximos movimentos do mercado.

A Lei da Causa e Efeito

A segunda lei afirma que as diferenças entre oferta e demanda não são aleatórias, mas ocorrem após períodos de preparação, como resultado de eventos específicos. Em termos de Wyckoff, um período de acumulação (causa) eventualmente leva a uma tendência de alta (efeito).

Por outro lado, um período de distribuição (causa) resulta em uma tendência de baixa (efeito). Wyckoff desenvolveu uma técnica de análise de gráficos para estimar os possíveis efeitos de uma causa. Ou seja, ele criou métodos para definir metas de negociação com base nos períodos de acumulação e distribuição. Isso permitiu que ele estimasse a extensão provável de uma tendência de mercado após a quebra de uma zona de consolidação.

A Lei do Esforço versus Resultado

A terceira lei de Wyckoff afirma que as mudanças no preço de um ativo são resultado de um esforço, que é representado pelo volume de negociação. Se a ação do preço estiver em harmonia com o volume, há uma boa chance de que a tendência continue. No entanto, se o volume e o preço divergirem significativamente, é provável que a tendência do mercado pare ou mude de direção.

Por exemplo, imagine que o mercado de Bitcoin comece a se consolidar com um volume muito alto após uma longa tendência de baixa. O alto volume indica um grande esforço, mas o movimento lateral (baixa volatilidade) sugere um resultado pequeno. Isso pode indicar que a tendência de baixa pode estar chegando ao fim e que uma reversão está próxima.

O Conceito de “Composite Man”

Wyckoff criou o conceito de “Composite Man” (ou Operador Composto) como uma identidade imaginária do mercado. Ele propôs que investidores e traders estudassem o mercado de ações como se uma única entidade o controlasse. Isso facilitaria a identificação e o acompanhamento das tendências do mercado.

O “Composite Man” representa os principais players do mercado, como investidores institucionais e pessoas físicas com grande capital. Ele sempre age em seu próprio interesse, comprando quando os preços estão baixos e vendendo quando estão altos. O comportamento do “Composite Man” é o oposto da maioria dos investidores de varejo, que muitas vezes perdem dinheiro. Mas, de acordo com Wyckoff, o “Composite Man” utiliza uma estratégia previsível, da qual os investidores podem aprender.

Os Ciclos do Mercado de Acordo com o Método Wyckoff

Wyckoff descreveu os principais ciclos do mercado em seu método. Esses ciclos incluem as fases de acumulação, tendência de alta, distribuição e tendência de baixa. Vamos analisar cada uma dessas fases em detalhes.

Fase de Acumulação

A fase de acumulação ocorre quando o “Composite Man” está acumulando ativos antes da maioria dos investidores. Essa fase é geralmente marcada por um movimento lateral nos preços. A acumulação é feita gradualmente para evitar grandes mudanças nos preços.

Quando o “Composite Man” possui uma quantidade suficiente de ações e a pressão de venda diminui, ele começa a impulsionar o mercado para cima. Naturalmente, a tendência de alta atrai mais investidores, aumentando a demanda.

Durante uma tendência de alta, pode haver várias fases de acumulação. Podemos chamá-las de fases de reacumulação, onde a tendência principal para e consolida por um tempo antes de continuar seu movimento ascendente.

Conforme o mercado sobe, outros investidores são incentivados a comprar. Eventualmente, até mesmo o público em geral fica animado o suficiente para se envolver. Nesse ponto, a demanda é excessivamente alta em relação à oferta.

Fase de Distribuição

Em seguida, o “Composite Man” começa a distribuir suas posições. Ele vende suas ações lucrativas para aqueles que entram no mercado em um estágio tardio. Tipicamente, a fase de distribuição é marcada por um movimento lateral que absorve a demanda até que ela se esgote.

Logo após a fase de distribuição, o mercado começa a reverter para baixo. Em outras palavras, depois que o “Composite Man” vende uma boa quantidade de suas ações, ele começa a pressionar o mercado para baixo. Eventualmente, a oferta se torna muito maior do que a demanda, estabelecendo uma tendência de baixa.

Assim como na tendência de alta, a tendência de baixa também pode ter fases de redistribuição. Essas fases são basicamente consolidações de curto prazo entre grandes quedas nos preços. Elas também podem incluir recuperações temporárias ou as chamadas armadilhas de alta, onde alguns compradores ficam presos, esperando por uma reversão de tendência que não acontece. Quando a tendência de baixa finalmente acaba, uma nova fase de acumulação começa.

As Esquemáticas de Acumulação e Distribuição de Wyckoff

As Esquemáticas de Acumulação e Distribuição são partes essenciais do Método Wyckoff. Esses modelos desmembram as fases de acumulação e distribuição em seções menores. Essas seções são divididas em cinco fases (A a E), juntamente com vários Eventos de Wyckoff. Vamos analisar brevemente cada uma dessas fases e eventos.

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Esquemática de Acumulação

  • Fase A: Nessa fase, a pressão de venda diminui e a tendência de baixa começa a desacelerar. Geralmente, há um aumento no volume de negociação. O Suporte Preliminar (PS) indica que alguns compradores estão aparecendo, mas ainda não o suficiente para interromper a queda dos preços.
  • Climax de Venda (SC): É formado por uma atividade intensa de venda, quando os investidores capitulam. Esse ponto geralmente é marcado por alta volatilidade, onde a venda em pânico cria grandes candlesticks e pavios. A forte queda rapidamente se reverte em uma recuperação ou Rali Automático (AR), à medida que a oferta excessiva é absorvida pelos compradores. Em geral, a faixa de negociação de uma Esquemática de Acumulação é definida pelo espaço entre a mínima do SC e a máxima do AR.
  • Teste Secundário (ST): Ocorre quando o mercado cai próximo à região do SC, testando se a tendência de baixa realmente acabou ou não. Nesse ponto, o volume de negociação e a volatilidade do mercado tendem a ser menores. Embora o ST geralmente forme uma mínima mais alta em relação ao SC, isso nem sempre é o caso.

Fase B: Com base na Lei da Causa e Efeito de Wyckoff, a Fase B pode ser vista como a causa que leva ao efeito. Essencialmente, a Fase B é a fase de consolidação, na qual o “Composite Man” acumula o maior número de ativos. Durante essa fase, o mercado tende a testar os níveis de resistência e suporte da faixa de negociação.

  • Pode haver vários Testes Secundários (ST) durante a Fase B. Em alguns casos, eles podem produzir máximas mais altas (armadilhas de alta) e mínimas mais baixas (armadilhas de baixa) em relação ao SC e AR da Fase A.

Fase C: Uma Fase de Acumulação típica contém o que é chamado de Spring. Essa fase muitas vezes atua como a última armadilha de baixa antes que o mercado comece a formar mínimas mais altas. Durante a Fase C, o “Composite Man” garante que haja pouca oferta no mercado, ou seja, aqueles que queriam vender já o fizeram. O Spring muitas vezes rompe os níveis de suporte para derrubar os traders e enganar os investidores.

Podemos descrevê-lo como uma última tentativa de comprar ações a um preço mais baixo antes que a tendência de alta comece. A armadilha de baixa induz os investidores de varejo a desistir de suas posições. Em alguns casos, no entanto, os níveis de suporte conseguem se manter e o Spring simplesmente não ocorre. Em outras palavras, pode haver Esquemáticas de Acumulação que apresentam todos os outros elementos, exceto o Spring. Ainda assim, o esquema geral continua válido.

Fase D: A Fase D representa a transição entre a Causa e o Efeito. Ela fica entre a zona de acumulação (Fase C) e a quebra da faixa de negociação (Fase E). Geralmente, a Fase D mostra um aumento significativo no volume de negociação e na volatilidade. Normalmente, há um Último Ponto de Suporte (LPS), formando uma mínima mais alta antes que o mercado suba. O LPS muitas vezes precede a quebra dos níveis de resistência, o que por sua vez cria máximas mais altas. Isso indica Sinais de Força (SOS), uma vez que as resistências anteriores se tornam novos suportes.

Apesar da terminologia um tanto confusa, pode haver mais de um LPS durante a Fase D. Eles geralmente têm um volume de negociação maior ao testar as novas linhas de suporte. Em alguns casos, o preço pode criar uma pequena zona de consolidação antes de romper efetivamente a faixa de negociação maior e passar para a Fase E.

Fase E: A Fase E é a última etapa de uma Esquemática de Acumulação. Ela é marcada por uma clara quebra da faixa de negociação, causada pelo aumento da demanda do mercado. É quando a faixa de negociação é efetivamente rompida e a tendência de alta começa.

Esquemática de Distribuição

A Esquemática de Distribuição funciona de maneira oposta à Esquemática de Acumulação, mas com terminologia ligeiramente diferente.

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Fase A

A primeira fase ocorre quando uma tendência de alta estabelecida começa a desacelerar devido à diminuição da demanda. O Suprimento Preliminar (PSY) sugere que a força de venda está se manifestando, embora ainda não seja forte o suficiente para interromper o movimento ascendente. O Clímax de Compra (BC) é formado por uma atividade intensa de compra, geralmente causada por traders inexperientes que compram por emoção.

Em seguida, o movimento forte para cima causa uma Reação Automática (AR), à medida que a demanda excessiva é absorvida pelos market makers. Em outras palavras, o “Composite Man” começa a distribuir suas posições para os compradores tardios. O Teste Secundário (ST) ocorre quando o mercado revisita a região do BC, muitas vezes formando uma máxima mais baixa.

Fase B

A Fase B de uma Distribuição atua como a zona de consolidação (causa) que antecede uma tendência de baixa (efeito). Durante essa fase, o “Composite Man” vende gradualmente seus ativos, absorvendo e enfraquecendo a demanda do mercado. Normalmente, os níveis superiores e inferiores da faixa de negociação são testados várias vezes, o que pode incluir armadilhas de alta e baixa de curto prazo. Às vezes, o mercado se moverá acima do nível de resistência criado pelo BC, resultando em um Teste Secundário que também pode ser chamado de Upthrust (UT).

Fase C

Em alguns casos, o mercado apresentará uma última armadilha de alta após o período de consolidação. Isso é chamado de UTAD ou Upthrust After Distribution. Basicamente, é o oposto de um Spring de Acumulação.

Fase D

A Fase D de uma Distribuição é praticamente uma imagem espelhada da Fase D de uma Acumulação. Geralmente, ela possui um Último Ponto de Suprimento (LPSY) no meio da faixa, criando uma máxima mais baixa. A partir desse ponto, novos LPSYs são criados – seja ao redor ou abaixo da zona de suporte. Um Sinal de Fraqueza (SOW) evidente aparece quando o mercado rompe abaixo das linhas de suporte.

Fase E

A última etapa de uma Distribuição marca o início de uma tendência de baixa, com uma quebra evidente abaixo da faixa de negociação, causada por uma forte dominância do suprimento sobre a demanda.

As Esquemáticas de Acumulação e Distribuição na Prática

Naturalmente, o mercado nem sempre segue esses modelos com precisão. Na prática, as Esquemáticas de Acumulação e Distribuição podem ocorrer de várias maneiras. Por exemplo, algumas situações podem ter uma Fase B que dura muito mais tempo do que o esperado. Ou então, os Testes de Spring e UTAD podem estar totalmente ausentes.

No entanto, o trabalho de Wyckoff oferece uma ampla gama de técnicas confiáveis, baseadas em suas muitas teorias e princípios. Sua obra é certamente valiosa para milhares de investidores, traders e analistas em todo o mundo. Por exemplo, as Esquemáticas de Acumulação e Distribuição podem ser úteis para entender os ciclos comuns dos mercados financeiros.

A Abordagem de Cinco Etapas de Wyckoff para o Mercado

Além das leis e esquemáticas, Wyckoff também desenvolveu uma abordagem de cinco etapas para o mercado, baseada em seus muitos princípios e técnicas. Essa abordagem pode ser vista como uma forma de colocar seu ensinamento em prática. Vamos analisar cada uma das etapas em detalhes.

Etapa 1: Determinar a tendência

A primeira etapa consiste em determinar a tendência atual do mercado e prever para onde ela pode ir. Como está a relação entre oferta e demanda? Essa etapa envolve a análise da ação do preço e do volume de negociação para identificar a direção do mercado.

Etapa 2: Determinar a força do ativo

A segunda etapa envolve determinar a força do ativo em relação ao mercado. Ele está se movendo de forma semelhante ou oposta ao mercado em geral? Essa análise ajuda a identificar quais ativos têm um desempenho melhor do que o mercado como um todo.

Etapa 3: Procurar ativos com uma causa suficiente

Nesta etapa, é importante avaliar se existem razões suficientes para entrar em uma posição. A causa (acumulação ou distribuição) é forte o suficiente para justificar os riscos envolvidos? Essa análise ajuda a determinar se os possíveis ganhos (efeito) valem os riscos.

Etapa 4: Determinar a probabilidade do movimento

Nesta etapa, é necessário avaliar se o ativo está pronto para se mover. Qual é a posição dele dentro da tendência maior? O que o preço e o volume sugerem? Esta etapa muitas vezes envolve o uso de testes de compra e venda de Wyckoff.

Etapa 5: Cronometrar a entrada

A última etapa é tudo sobre o timing. Isso geralmente envolve a comparação de uma ação em relação ao mercado em geral. Por exemplo, um trader pode comparar a ação do preço de uma ação em relação ao índice S&P 500. Dependendo da posição da ação dentro de sua Esquemática de Wyckoff individual, essa análise pode fornecer insights sobre os próximos movimentos do ativo. Eventualmente, isso facilita a escolha de uma boa entrada no mercado.

É importante ressaltar que essa abordagem funciona melhor com ativos que se movem em conjunto com o mercado geral. No entanto, essa correlação nem sempre está presente nos mercados de criptomoedas.

Considerações Finais

Passaram-se quase um século desde a criação do Método Wyckoff, mas ele ainda é amplamente utilizado hoje. Ele vai além de ser apenas um indicador de análise técnica, abrangendo muitos princípios, teorias e técnicas. Em essência, o Método Wyckoff permite que os investidores tomem decisões mais lógicas em vez de agir com base em emoções.

O extenso trabalho de Wyckoff fornece traders e investidores uma série de ferramentas para reduzir riscos e aumentar suas chances de sucesso. No entanto, não existe uma técnica infalível quando se trata de investir. Sempre é necessário estar atento aos riscos, especialmente nos mercados altamente voláteis das criptomoedas.

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