O fim do apoio do maior banco brasileiro à indústria de defesa nacional

SÃO PAULO – Um importante banco brasileiro anunciou esta semana que não utilizará mais recursos próprios para financiar empresas de defesa.

O Banco do Brasil é um ator fundamental para o governo federal do país, detendo metade do negócio. Com ativos superiores a R$ 1,4 trilhão (US$ 283 bilhões), o banco desempenha um papel significativo na indústria nacional ao garantir as exportações para as empresas. É também o segundo maior banco da América Latina, de acordo com a S&P Global.

“As decisões de concessão de crédito são sempre orientadas por políticas de crédito e responsabilidade social”, afirmou o banco ao Defense News. “Em conformidade com seus instrumentos internos de governança e sustentabilidade, reconhecidos como referência de mercado, o BB decidiu não contratar, com recursos próprios, novas operações para este setor.”

A medida afeta parte dos recursos do Proex – mecanismo do governo federal que disponibiliza recursos para empresas brasileiras exportadoras de bens e serviços – que é administrado pelo banco. Parte do dinheiro é fornecida pelo Tesouro Nacional do Brasil e o restante pelo Banco do Brasil.

“A medida é bastante séria”, disse o executivo-chefe de uma empresa de defesa ao Defense News, sob condição de anonimato devido à sensibilidade do assunto. “Esta decisão decreta que as empresas de defesa em território nacional deixarão de ter capacidade para exportar.”

Os instrumentos financeiros são necessários para as exportações, acrescentou a fonte, inclusive durante as operações “pós-embarque”, onde os clientes exigem garantias.

“Aqui o Proex não atua; essa garantia só ocorre com recursos do Banco do Brasil”, disse o executivo. “E muitas vezes os clientes exigem essas garantias nos contratos iniciais de compra e venda. Sem isso é impossível fechar contratos. O efeito desta medida pode ser catastrófico.”

O CEO não conseguiu identificar opções de crédito alternativas ou garantias para empresas de defesa locais.

A Defense News contatou três empresas brasileiras de defesa – Mac Jee, Avibras e Mectron – mas elas se recusaram a comentar.

Em nota ao Defense News, o Ministério da Defesa informou que o ministro José Mucio Monteiro se reuniu com a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, para discutir o assunto.

Segundo o ministério, o presidente do banco prometeu estudar uma possível ampliação do alcance do Proex para atender às necessidades de crédito do setor de defesa.

O ministério também trabalhou com o BNDES, um banco estatal brasileiro de desenvolvimento, bem como com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Atualizado em by Joan Stoval
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