De acordo com o Ukrinform, o Comissário de Direitos Humanos da Verkhovna Rada, Dmytro Lubinets, disse isso em uma publicação no Telegram, referindo-se aos números de uma Atualização da Análise de Proteção da Ucrânia emitida pelo Cluster de Proteção liderado pelo ACNUR.
O relatório afirma que a invasão da Ucrânia pela Rússia levou a um conflito armado internacional, caracterizado por ataques direcionados e desproporcionais a civis e infraestrutura civil, deslocamento forçado, violência sexual e altos riscos de inflição de sofrimento psicológico.
Em particular, mais de 6,5 milhões de pessoas fugiram do país como refugiadas, com mais 3,5 milhões deslocadas internamente. Desde fevereiro de 2022, mais de 32.100 vítimas civis foram registradas pela ONU em toda a Ucrânia, incluindo quase 2.000 vítimas infantis, a maioria das quais foi resultado de bombardeios, artilharia e ataques com mísseis.
A ONU observou que 92% das mortes de civis foram resultado do uso de armas explosivas com efeitos de grande área, e 4% como resultado de minas e resíduos explosivos de guerra. O uso de mísseis de longo alcance e munições de espera pela Federação Russa significa que praticamente nenhuma área do país está a salvo das hostilidades.
“Os danos diretos à infraestrutura civil nos últimos dois anos, até fevereiro de 2024, atingiram EUR 138 bilhões. Moradia foi o setor mais impactado”, disse Lubinets, citando números da ONU.
Foram confirmados 1.742 ataques a unidades de saúde, resultando em 136 mortes e 311 feridos.
Foram documentados casos de violência sexual cometidos pelos militares russos contra pessoas de diferentes sexos, com idades entre 3 e 70 anos.
Suspeita-se que um terço da Ucrânia esteja contaminada, colocando 6,37 milhões de pessoas em risco de exposição a minas e munições não detonadas. Os agricultores são particularmente afetados, com 128 vítimas desde fevereiro de 2022. Além disso, as minas são perigosas para as crianças.
O Protection Cluster recomenda que doadores e parceiros internacionais da Ucrânia continuem apoiando financeiramente programas de proteção à criança, organizações envolvidas na prevenção da violência de gênero e no apoio aos deslocados internos, além de promover ações contra minas na Ucrânia.
Foi recomendado ao Governo da Ucrânia, em particular, que expandisse iniciativas relativas à proteção de crianças, à reintegração de veteranos de guerra e à provisão de acesso contínuo à proteção social.
“Para nossa instituição, a proteção dos direitos das pessoas que sofreram em consequência da agressão armada da Rússia é uma área prioritária de trabalho”, disse Lubinets.
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