O renomado economista Albert Edwards alerta sobre uma correção iminente nas ações de tecnologia, citando supervalorização e paralelos históricos.
Edwards é um economista e estrategista de mercado bem conhecido, particularmente reconhecido por sua visão pessimista sobre a economia global. Ele tem sido uma figura proeminente no Société Générale, um grande banco de investimento multinacional francês e empresa de serviços financeiros, onde atua como estrategista global. Edwards é conhecido por sua tese da “Era do Gelo”, que prevê pressões deflacionárias prolongadas e crescimento econômico estagnado em economias desenvolvidas, especialmente no Japão, Europa e Estados Unidos.
Suas visões frequentemente atraem atenção devido à sua natureza contrária, já que ele frequentemente alerta sobre crises econômicas iminentes e correções de mercado quando muitos outros estão otimistas. As análises e previsões de Edwards são altamente consideradas nos círculos financeiros, e seus comentários são regularmente apresentados na mídia financeira.
Conhecido por sua perspectiva pessimista, Edwards tem falado abertamente sobre o potencial de uma recessão e uma quebra do mercado de ações, traçando paralelos com o estouro da bolha das pontocom no início dos anos 2000. Suas preocupações estão enraizadas em vários indicadores-chave que sugerem que o setor de tecnologia pode estar supervalorizado e à beira de uma correção significativa.
De acordo com um relatório de Jennifer Sor para o Markets Insider, em uma nota enviada aos clientes em 18 de julho, Edwards enfatizou a importância da vigilância, afirmando: “Coisas ruins acontecem e os sinais de alerta estão lá se você os procurar”. Ele destacou que as ações de tecnologia agora representam 35% do S&P 500, um nível de concentração não visto desde o início dos anos 2000, antes do crash das pontocom. Essa superconcentração é uma grande bandeira vermelha para Edwards, indicando potencial instabilidade no mercado.
De acordo com o relatório do Inider, os analistas de Wall Street têm altas expectativas para os lucros da tecnologia, prevendo um crescimento de cerca de 30% nos lucros futuros ano a ano. No entanto, o crescimento real dos lucros tem sido mais próximo de 20%, criando uma lacuna substancial entre as expectativas e a realidade. Essa discrepância levou a um declínio notável nas atualizações de lucros por ação (EPS) para o Nasdaq 100, enquanto as atualizações para o S&P 500 e Russell 2000 estão aumentando. Essa divergência reforça ainda mais as preocupações de Edwards sobre a sustentabilidade do setor de tecnologia.
Sor mencionou que Edwards também destacou a relação preço/lucro (P/L) futura estendida do setor de tecnologia, atualmente em aproximadamente 32 vezes as estimativas de lucro futuras. Em comparação, a relação P/L do S&P 500 paira um pouco acima de 20. Edwards descreveu essa disparidade como uma “bomba-relógio de avaliação de TI”, sugerindo que um declínio no otimismo do EPS poderia desencadear uma correção de mercado mais ampla.
Com base em paralelos históricos, Edwards comparou o atual superinvestimento no setor de tecnologia ao superinvestimento do final dos anos 1990 em infraestrutura de telecomunicações, impulsionado por dinheiro fácil. Ele alertou que uma redução no entusiasmo pelo crescimento do EPS poderia esvaziar a bolha de tecnologia. Este aviso ecoa preocupações de outros analistas de Wall Street que acreditam que o setor de tecnologia pode estar supervalorizado e caminhando para uma correção.
Por fim, o relatório do Insider declarou que o estrategista-chefe de ações do Morgan Stanley também previu uma potencial retração de 10% nas ações no final deste ano, citando fraquezas esperadas nos lucros corporativos. Isso se alinha com as preocupações mais amplas de Edwards, reforçando a necessidade de os investidores permanecerem cautelosos no ambiente de mercado atual.
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