O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ficou ferido, mas passa bem na sequência dos tiroteios durante um comício no sábado que custou a vida a um espectador, tendo sido evacuado com sangue na orelha poucos dias antes da sua nomeação oficial como candidato republicano.
Além do suposto atirador, um espectador foi morto e outros dois ficaram gravemente feridos, anunciou o Serviço Secreto, responsável pela proteção de presidentes e ex-presidentes.
“Deixe-me pegar meus sapatos”
“Fui atingido por uma bala que perfurou o topo da minha orelha direita”, disse Donald Trump em sua plataforma Truth Social. “É inacreditável que tal ato possa acontecer em nosso país”, acrescentou. Donald Trump “está seguro”, disse o Serviço Secreto.
O presidente democrata Joe Biden, que enfrenta Donald Trump nas eleições de novembro, disse estar aliviado ao saber que o republicano aparentemente está de boa saúde, dizendo esperar poder falar com ele já no sábado à noite. “Todos devem condenar” tal violência, disse ele num discurso televisionado.
Esta reunião em Butler, Pensilvânia (nordeste), foi a última de Donald Trump antes da convenção republicana que começa segunda-feira, e ao final da qual deverá ser oficialmente nomeado candidato presidencial do Partido Republicano.
O candidato republicano, que tinha acabado de iniciar o seu discurso com uma das suas habituais tiradas sobre os migrantes que acusa o seu sucessor democrata de ter autorizado massivamente a entrada no país, foi imediatamente derrubado por agentes do Serviço Secreto.
Gritos de medo irromperam do público. Após alguns momentos, Donald Trump levantou-se, com os cabelos desgrenhados e sem o boné vermelho, rodeado pelos agentes. “Deixe-me pegar meus sapatos”, ele foi ouvido dizendo a eles. Ele foi então escoltado do palco até seu carro, levantando repetidamente o punho no ar em desafio, enquanto seus apoiadores aplaudiam.
Consequências incalculáveis
“Vimos muita gente se jogando no chão, parecendo confusa. Eu ouvi os tiros”, disse o simpatizante John Yeykal à AFP no local. O suposto autor do tiroteio estava fora do recinto ao ar livre onde ocorreu a reunião, disse o promotor do condado de Butler, Richard Goldinger, à CNN, acrescentando que não tinha informações sobre sua identidade.
“Não há lugar para a violência política na nossa democracia”, reagiu também o ex-presidente democrata Barack Obama. O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, disse estar “horrorizado”. Elon Musk reagiu apoiando Donald Trump e desejando-lhe uma “rápida recuperação”. As consequências deste acontecimento na campanha ainda são incalculáveis.
Nos últimos dias, as atenções centraram-se nas dúvidas sobre o estado físico e mental de Joe Biden, de 81 anos, e na sua capacidade para enfrentar Donald Trump, de 78, desde o debate de 27 de junho, marcado pelo desempenho desastroso do candidato democrata. Cerca de 20 parlamentares pedem-lhe agora que renuncie.
O próprio homem repetiu na sexta-feira em Michigan (norte) que permaneceu na corrida. “Sou um candidato e vamos vencer”, disse um galvanizado Joe Biden aos seus apoiantes em Detroit. Também recebeu forte apoio no sábado a figura do americano de esquerda Bernie Sanders que em fórum no New York Timesapelou aos democratas “para parar com as brigas e críticas”.
Fonte: Agências de Notícias
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