Autoridades do Federal Reserve em sua reunião de junho reconheceram que, embora a inflação esteja progredindo na direção certa, ela não está diminuindo rápido o suficiente para justificar uma redução nas taxas de juros, de acordo com as atas divulgadas na quarta-feira, informou a CNBC. O resumo da reunião revelou que os participantes enfatizaram a necessidade de dados mais favoráveis para ganhar maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta de 2% definida pelo Fed, observou a CNBC.
Durante a reunião, houve notável desacordo entre os 19 banqueiros centrais envolvidos na discussão. Alguns funcionários expressaram a disposição de aumentar as taxas se necessário, mas o Federal Open Market Committee (FOMC) decidiu, em última instância, manter as taxas atuais, destacou a CNBC. O Fed tem como meta uma taxa de inflação anual de 2%, uma meta que foi superada desde o início de 2021.
Autoridades do Fed observaram que dados recentes mostraram melhora, mas enfatizaram a necessidade de evidências adicionais para confirmar um movimento sustentável em direção à meta de inflação. Eles não previram reduzir a faixa-alvo para a taxa de fundos federais até que informações mais substanciais surjam.
Na reunião de junho, os formuladores de políticas atualizaram suas projeções econômicas e perspectivas de política monetária para os próximos anos. A CNBC destacou que o “dot plot” do FOMC indicou um corte de um único quarto de ponto percentual até o final de 2024, uma redução em relação aos três cortes projetados em março. Apesar disso, de acordo com a CNBC, os mercados futuros ainda estão precificando dois cortes a partir de setembro.
As projeções econômicas permaneceram praticamente inalteradas, embora o comitê tenha reduzido as expectativas de inflação para este ano, observou a CNBC. As discussões sobre política monetária revelaram algumas divergências, com alguns membros defendendo o aperto caso a inflação persista, enquanto outros recomendaram prontidão para responder à fraqueza econômica ou a um mercado de trabalho em deterioração, mencionou a CNBC.
Vários participantes destacaram que se a inflação permanecer elevada ou aumentar ainda mais, pode ser necessário aumentar a meta da taxa de fundos federais, declarou a CNBC. Por outro lado, vários participantes sugeriram que a política monetária deve estar preparada para lidar com recessões econômicas inesperadas, informou a CNBC.
Desde a reunião de junho, autoridades do Fed têm mantido uma postura cautelosa, enfatizando a dependência de dados em relação às previsões. A CNBC relatou que o presidente Jerome Powell e outras autoridades indicaram que leituras encorajadoras da inflação poderiam reforçar a confiança na redução das taxas.
Durante uma aparição em Portugal na terça-feira, Powell observou que os riscos de cortar as taxas muito cedo, o que pode levar a um ressurgimento da inflação, tornaram-se mais equilibrados em relação aos riscos de cortar muito tarde e prejudicar o crescimento econômico, destacou a CNBC.