A prisão do CEO do Telegram, Pavel Durov, em 24 de agosto de 2024, levou a uma queda significativa no valor do Toncoin ($TON), que caiu 18,7% às 8h45 UTC de 25 de agosto de 2024. Esse declínio repentino reflete as crescentes preocupações no mercado de criptomoedas sobre o impacto potencial dos problemas legais de Durov na The Open Network (TON), uma plataforma de blockchain descentralizada intimamente associada ao Telegram.
A Open Network, originalmente desenvolvida pelo Telegram, é uma plataforma de blockchain descentralizada projetada para fornecer um ecossistema escalável e amigável para aplicativos descentralizados (dApps). A plataforma visa aprimorar a eficiência e a acessibilidade da tecnologia blockchain, esforçando-se para criar uma rede interconectada de redes descentralizadas.
Toncoin é a criptomoeda nativa da The Open Network, desempenhando um papel crucial dentro do ecossistema. É usada para transações, pagamentos, execução de contratos inteligentes e participação na governança da rede. O blockchain TON, conhecido por sua arquitetura multi-blockchain exclusiva, é capaz de processar milhões de transações por segundo, garantindo escalabilidade e evitando congestionamento de rede. Essa arquitetura permite que a The Open Network suporte uma ampla gama de aplicativos, tornando-a uma plataforma versátil para desenvolvedores e empresas.
Apesar de sua tecnologia promissora, a The Open Network enfrentou desafios, principalmente após a decisão do Telegram de recuar do projeto devido a pressões regulatórias. O projeto foi renomeado, com a criptomoeda originalmente conhecida como Gram sendo renomeada para Toncoin. A TON Foundation, uma organização voltada para a comunidade, agora supervisiona o desenvolvimento e o gerenciamento da rede. No entanto, a Toncoin continua integrada ao Telegram, permitindo que os usuários conduzam transferências de criptomoedas sem comissão e interajam com os aplicativos Telegram Mini por meio da TON Wallet.
A prisão de Durov no aeroporto de Bourget, perto de Paris, gerou uma onda de preocupação. De acordo com uma reportagem da Reuters, as autoridades francesas detiveram Durov como parte de uma investigação sobre a falta de moderação no Telegram, que eles acreditam ter permitido que atividades criminosas passassem despercebidas na plataforma. Durov, um bilionário russo-francês, fundou o Telegram com seu irmão em 2013 e tem sido um defensor vocal da privacidade e da liberdade de expressão, muitas vezes resistindo às demandas governamentais de censura de conteúdo.
O Telegram se tornou particularmente influente em regiões como Rússia e Ucrânia, onde serve como uma plataforma-chave para conteúdo não filtrado. Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, o Telegram desempenhou um papel central na disseminação de informações de ambos os lados do conflito, ganhando o rótulo de um “campo de batalha virtual”. No entanto, esse papel também trouxe maior escrutínio de vários governos, incluindo aqueles na Europa, preocupados com segurança e desinformação.
A reação à prisão de Durov foi rápida. Autoridades russas criticaram as ações da França, traçando paralelos com as críticas que a Rússia enfrentou quando tentou banir o Telegram em 2018. Elon Musk, o dono do X (antigo Twitter), aumentou a controvérsia ao tuitar sobre a prisão, sugerindo que a Europa está caminhando para o autoritarismo.
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