O Ministério da Defesa do Japão (JMOD) pretende renovar as capacidades do domínio espacial das Forças de Autodefesa do Japão (JSDF) construindo uma nova “constelação de satélites” de 323,2 bilhões de ienes (aproximadamente 2,2 bilhões de dólares), capaz de rastrear vários alvos suspeitos em tempo real, de acordo com reportagens de notícias locais citando fontes familiarizadas com o assunto.
Espera-se também que o JMOD busque mais 135,3 bilhões de ienes (aproximadamente 929 milhões de dólares) para projetar e fabricar um sucessor para outro satélite que ele usa para comunicações militares, que deve encerrar suas operações no ano fiscal de 2030. Fontes também revelaram que o JMOD está se preparando para renomear a Força de Autodefesa Aérea do Japão (JASDF) para “Força de Autodefesa Aérea e Espacial” e está planejando estabelecer sob esse serviço uma “Unidade de Operações Espaciais”.
Espera-se que a constelação de satélites do Japão seja composta por múltiplos satélites de pequena escala operando em órbita baixa. Espera-se que os satélites sejam capazes de trabalhar em uníssono para coletar informações do espaço sideral sobre outros objetos em órbita e monitorar precisamente alvos suspeitos, bem como identificar potenciais locais de lançamento em tempo real.
Esses desenvolvimentos coincidem com o lançamento em órbita da Coreia do Norte no ano passado de um satélite de reconhecimento e os testes contínuos de Pyongyang de mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) que no futuro poderiam ser equipados com ogivas nucleares miniaturizadas. O JMOD também identificou os Veículos Planadores Hipersônicos (HGVs), que estão sendo desenvolvidos pela China e pela Rússia, como ameaças potenciais que Tóquio precisa ser capaz de detectar, rastrear e interceptar efetivamente do espaço.
O JMOD anunciou em seu Programa de Construção de Defesa de 2022 a necessidade de uma melhoria drástica na Conscientização do Domínio Espacial (SDA) do Japão, bem como nas capacidades de coleta de informações e comunicações do Domínio Espacial. Mais notavelmente, os satélites SDA devem ser lançados em 2026 e mais estudos sobre a operação de vários satélites SDA foram previstos. O JMOD e o JSDF também estão comprometidos em melhorar essas capacidades baseadas em satélite para a detecção e rastreamento de HGVs.
Um sistema de constelação de satélites totalmente capaz também foi considerado indispensável para concretizar o compromisso do Japão de adquirir capacidades de contra-ataque. Isso ocorre porque a capacidade de alavancar capacidades de defesa stand-off em resposta a um ataque armado em território japonês requer identificação e monitoramento precisos e oportunos de alvos potenciais.
A constelação de satélites prospectiva do Japão para identificação e monitoramento de alvos deve ser composta por satélites de radar de abertura óptica e sintética (SAR), de acordo com o Yomiuri Shimbun. O primeiro tipo usa a luz solar para capturar imagens da superfície da Terra, enquanto o último é capaz de observar ondas de rádio para identificar objetos-alvo. No entanto, foi apontado pelo professor Kazuto SUZUKI da Universidade de Tóquio que, para também estabelecer uma rede eficaz contra HGVs, o Japão precisaria adquirir milhares de satélites. Isso, por sua vez, exigiria o desenvolvimento dispendioso e demorado de sensores infravermelhos capazes de capturar objetos voando em velocidades hipersônicas.
O JMOD considera a cooperação com os EUA, bem como o aumento do acesso a imagens de satélite comerciais como soluções viáveis para reforçar as capacidades japonesas de SDA. O Center for Strategic & International Studies (CSIS) recomendou que o governo japonês acelere a colaboração tecnológica com empresas espaciais nos EUA, pois é o setor privado de lá que é responsável por desenvolver e operar a tecnologia americana de satélites e constelações.
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