Junto com a geladeira, a máquina de lavar é talvez o eletrodoméstico mais comum encontrado atualmente em residências em todo o mundo.
A máquina de lavar atende a uma necessidade básica: lavar roupa sem muito esforço, e sua invenção representou um verdadeiro salto tecnológico. Ou seja, pode-se dizer que sua invenção nos deu um presente inestimável: o tempo.
Lavando no rio, o tormento das mulheres de antigamente
Lavar roupa à mão é, sem dúvida, uma das tarefas domésticas mais trabalhosas. É complicado e consome um tempo humano precioso.
As lavadeiras lavavam a roupa com sabão à beira de um córrego ou rio, ou em um poço comum ou lavanderia, esfregando o tecido em pedras ou tábuas de madeira, acrescentando areia se necessário, para retirar manchas e sujeiras incrustadas.
Ao longo dos anos, as lavadeiras melhoraram as suas técnicas utilizando uma variedade de detergentes naturais, algumas até utilizando cinza de bétula para limpar tecidos, um processo que remonta a 2800 a.C. As cinzas utilizadas nos primeiros detergentes em pó foram substituídas muito mais tarde por cristais de soda cáustica.
Os romanos usaram um detergente controverso
Em vez disso, os romanos tinham lavanderias públicas. Para lavar, em vez de detergente, usavam urina para limpar as roupas. Foi o imperador Vespasiano quem impôs um imposto sobre a coleta de urina.
Quando seu filho, Tito, reclamou do método mais que polêmico, Vespasiano enfiou debaixo do nariz as primeiras receitas obtidas com esse imposto e perguntou-lhe se cheiravam mal.
Tito respondeu que não e dessa conversa nasceu o famoso ditado “dinheiro não tem cheiro”. Séculos mais tarde, os banheiros públicos foram chamados de Vespasianos, em “homenagem” ao citado imperador romano.
Antes do surgimento dos banheiros públicos, os habitantes das aldeias tinham que se livrar da água suja que era fonte de infecção.
A propagação das abluções públicas na sociedade desempenhou um papel importante na saúde e higiene públicas numa época em que a cólera, a varíola e a febre tifóide costumavam causar estragos nas pessoas.
As lavanderias públicas também desempenhavam um importante papel social: as mulheres se reuniam ali pelo menos uma vez por semana (exceto as muito idosas) e conversavam sobre o que acontecia na comunidade onde viviam.
As lavanderias públicas desapareceram gradualmente com a introdução de água corrente nas casas das pessoas.
Em 1905, surgiram as primeiras máquinas de lavar tambor. Ainda eram operados manualmente, mas o tanque de aço permitia a inclusão de um queimador de carvão.
Em 1920 surgiram os primeiros carros elétricos, onde apenas o mecanismo de giro era elétrico, sendo os demais controles ainda manuais.
O advento das máquinas de lavar automáticas
Somente em 1930 os carros se tornaram automáticos. Novos modelos incluíam pressostatos, termostatos e temporizadores. A partir de 1980, os avanços na eletrónica tornaram as máquinas de lavar reativas e ecológicas.
As máquinas de lavar roupa estão agora ligadas à Internet e podem ter Wi-Fi integrado para início retardado de programas de lavagem, por exemplo, durante períodos de pico, quando os custos de electricidade são mais baixos. Alguns modelos funcionam sem detergente, graças à eletrólise, que separa íons positivos e negativos.
Além disso, a inteligência artificial, em 2024, passa a fazer parte integrante das máquinas de lavar, para que o aparelho faça parte de uma casa verdadeiramente inteligente.
Quem inventou a máquina de lavar?
O alemão Jacob Christian Schäffer é creditado como o inventor da máquina de lavar.
Formado em filosofia e teologia, membro de diversas sociedades científicas, incluindo a Academia de Ciências de Paris, Jacob Christian Schäffer elaborou um manual de botânica para farmacêuticos e médicos, desenhou novos métodos de classificação ornitológica e realizou importantes trabalhos na área de micologia e entomologia e experimentos em óptica e eletricidade.